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A História do Velho Henderson – Parte 1

Old_Man_HendersonBuenas, galera!

Na internet existem MUITAS histórias extremamente engraçadas e interessantes de RPGs, porém a maioria delas estão fora do alcance de muitos leitores devido à barreiras de idioma ou simplesmente pelo fato que várias estão enterradas nas profundezas na internet. As histórias são traduzidas da forma mais literal possível, mantendo o tom e as palavras do autor original.

Por isso decidi traduzir essas histórias e postar aqui. A primeira história é a do Velho Henderson, um personagem de Trail of Cthulhu (um remake de Call of Cthulhu). Esta é a primeira parte de várias:

Certo, eu gostaria de começar dizendo que o Mestre era um otário que mereceu isso. Táticas imbecis que faziam todo mundo enlouquecer, como um d6 com apenas 5 lados. Nenhuma história, nenhuma razão; perca 10 pontos de sanidade. Os outros continuaram permitindo essa viadagem. Nós estávamos jogando em um cenário moderno, com os outros jogadores sendo um professor de universidade que encontrou algumas páginas perdidas de uma cópia do Necronomicon e queria descobrir o que diabos isso era; um detetive que estava investigando um caso de pessoa desaparecida conectado com o culto local; e um atleta local (eu acho que era Futebol Americano) tentando descobrir porque alguns de seus amigos pareciam estar tão distantes. E então… havia o Velho Henderson, que nunca recebeu um primeiro nome.

O Velho Henderson já era um pouco louco, e culpava todas as misérias de sua vida na Guerra do Vietnam.
Ele nunca foi para o Vietnam, ele tinha 12 anos em 1974.
O Velho Henderson usava botas de combate, shorts tipo “cargo”, e uma camisa Havaiana aberta na frente com uma regata branca por baixo.
Ele era disléxico, e tinha um leve caso de Esquizofrenia, permitindo que ele presumisse que a razão pela qual ele via merdas loucas é porque ele ERA um pouco louco.
Ele tinha uma barba estilo Grizzly Adams e tinha o cabelo em um moicano.
Ele nunca tirava seus óculos de aviador, por nenhuma razão.
Ele tinha um papagaio empalhado no seu ombro chamado Rupert, a quem ele constantemente pedia conselhos, enquanto ignorava todos os outros membros do grupo conforme era conveniente, presumindo que eles eram alucinações.
Ele tinha uma espingarda automática de combate que ele sabia como usar.
Ele também MEMORIZOU o Livro de Receitas do Anarquista. Ele começou o jogo com um ódio pré-existente de religião, talheres e livros.
A motivação dele era que ele pensava que o culto roubou os seus gnomos de jardim; enquanto o que realmente tinha acontecido é que ele doou eles para um leilão de caridade, ficou chapado e esqueceu.
Mais importante, ele tinha uma crônica de 320 páginas que justificava TUDO, do seu conhecimento casual e física até sua habilidade de falar Português perfeitamente.
Você pode imaginar os tipos de zueiras em que esse personagem estava envolvido.
Os motivos de ter uma crônica tão longa eram três:

  • Garantir que o Mestre nunca iria realmente ler ela e;
  • Já que ele nunca iria ler ela exceto por partes pequenas que eu mostrava pra ele para justificar coisas, eu podia reescrever e trocar coisas completamente aleatoriamente sem que ninguém notasse, e MAIS IMPORTANTE;
  • Convencer todo mundo que eu estava levando esse personagem à sério, e que ele não era simplesmente a besteira destruidora de jogos que ele era.

Filha da putagem, sim, mas ele realmente merecia.

Primeira saída do grupo. O Detetive estava espionando o prédio dos cultistas com uma câmera. O Atleta estava estacionado em um local próximo, esperando o grupo sair para que ele pudesse olhar ao redor. O Professor havia se juntado ao culto para tentar obter informações.
O Velho Henderson calmamente estacionou seu carro, saiu segurando a espingarda em ampla visão de qualquer um que estivesse olhando (neste caso, o detetive e o atleta), andou até a porta da frente e derrubou ela com um chute.
Enquanto todo mundo havia simplesmente parado em total silêncio por um momento, ele mirou a espingarda no líder dos cultistas e berrou “MUCKLE DAMRED CULTI ‘AIR EH NAMBLIES BE KEEPIN’ ME WEE MEN!?!?”

Por acaso eu mencionei que ele tinha um sotaque Escocês quase incompreensível que ia e vinha conforme ele bebia e/ou me divertia.
O líder não conseguia entender minha simples solicitação para que retornassem meus gnomos de jardim (literalmente, você achou que o que eu digitei foi difícil de entender? Imagine isso sendo berrado na sua cara por um Escocês bêbado), ele presumiu que eu estava tentando lançar um feitiço nele em algum idioma antigo e invocou um Shoggoth, sacrificando um dos membros do culto.
Um Molotov e cerca de 20 tiros depois, o Shoggoth está morto, o líder do culto está morto, o Professor (que cometeu o erro de tentar bancar o pacificador no meio da briga) e cerca de outros 10 cultistas aleatórios estavam mortos.
O Velho Henderson então mijou no corpo do Shoggoth, voltou para o seu Buick Century amassado e foi para casa. O evento inteiro acabou em cerca de dez minutos de tempo de jogo, e ninguém pensou em anotar a placa do Buick.
O prédio inteiro pegou fogo logo depois, junto com cerca de metade da história que o mestre tinha escrito, e mais toda pista que qualquer jogador sobrevivente tinha. O Mestre pediu um tempo para pensar em como concertar e/ou passar ao redor do que eu havia acabado de fazer.
As coisas só ficaram mais loucas daqui em diante.

1 comentário em “A História do Velho Henderson – Parte 1”

  1. Boa kkkkk.
    Esse cara está caminhando na linha tênue entre o anti-jogo e a zueragem. Já tive um mestre que ficava forçando o grupo a seguir o caminho que ele queria. Acho que da próxima vez que pegar um mestre desses vou mandar umas viajadas assim. Esperando pela próxima parte.

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